sexta-feira, 8 de junho de 2007

Pessoas do bem... ou do mal?


Sim, estamos divididos em pessoas do bem e pessoas do mal. Simples assim. Como nos tempos da escola primária, quando meninos vestiam azul e meninas vestiam rosa.

Ser do bem é agradar a gregos, troianos e medianos.

Ser do bem é aderir à ditadura da simpatia, sorrir até quando faltam dentes e motivos, dizer que está tudo bem mesmo acordando de péssimo humor.

Costumamos confundir simpatia com boa educação, portanto uma pessoa feliz e sorridente facilmente se faz passar por educada e ninguém liga se ela berra no celular, grita com os empregados, acende cigarro em aeroporto ou fala palavrões a torto e à direita.

Ser do bem é demonstrar felicidade plena. As pessoas do bem se esforçam para serem unânimes, aceitas, convidadas para as festas, ilustradas em colunas, bem quistas e bem citadas em textos tão dissimulados quanto elas, tão falsos quanto uma nota dada por alguns jornalistas que vivem a ganhar presentinhos para falar bem de tudo.

Ser do bem é poder falar coisas boas pela frente e as más por trás. Se numa roda de conversa, por exemplo, todos estão a falar mal de alguém isso não quer dizer que eles sejam do mal. Só é do mal quem for o único a falar mal. Deu pra entender? Faz sentido? (hehe)

E no mundo das pessoas do bem, tudo é hiperbólico: ama-se e adora-se com uma força invejável. No universo ‘do bem’, objeto de adoração vai de roupas a pessoas, cachorros a filmes, mas só tem validade quando novidade.

Pessoas do bem ficam melhores amigos em uma semana e no dia seguinte tornam-se inimigos mortais (uma das partes, automaticamente, passa a fazer parte do grupo do mal). O bem-estar entre as pessoas do bem tem em nosso mundo um sentindo tão amplo, tão aberto, tão espaçado, que beira o vazio.

Já parou para pensar no vácuo de um diálogo relâmpago entre duas pessoas ‘do bem’?

Tudo bem?

- Tudo.

- Então tá.

Não pretendo ser boazinha de acordo com o significado que os bonzinhos em geral, dão à palavra ‘bonzinho’. Assim sendo, adoraria ser chamada de mauzinha, ao menos é um diferencial. Para o bem ou para mal, já me sinto especial por isso. Sim, como diria uma boa amiga: falem mal, mas falem de mim.

Um pouco de bom humor e auto-crítica, por favor.

Seu silêncio será bem-vindo.

Críticas construtivas e palavras destrutivas serão cobradas à parte.

Paz na Terra aos homens de bem.

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